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segunda-feira, 9 de março de 2009

A Religião Egípcia


Origens e características:


As raízes da religião egípcias encontram-se nas aldeias neolíticas, anteriores à organização do Estado. Como a maioria dos povos primitivos, os primeiros egípcios tinham uma atitude de respeito em relação aos fenômenos da natureza- o Sol, a Lua, o Nilo - e às características marcantes dos animais - a ferocidade do leão, a força do crocodilo, etc. As primeiras divindades que surgiram eram quase sempre representadas sob a forma de um animal. Os egípcios veneravam especialmente o Sol: devem ter percebido que a vida depende dele e o adoravam sob vários nomes e diversos cultos. À medida que foram aprendendo a dominar a natureza, passaram a valorizar as qualidades humanas e o antropomorfismo - concepção dos deuses sob a forma humana - apareceu na religião egípcia, algum tempo antes do advento da primeira dinastia.
Os egípcios eram politeístas. Cada nomo possuía o seu próprio deus, - senhor do lugar -, freqüentemente associado a um animal, enfeixando atribuições e poderes diferentes. Apenas as cerimônias do culto, executadas pelos altos sacerdotes, eram semelhantes para os diversos deuses. Quando uma cidade se tornava importante politicamente, o deus local tendia a aumentar de prestígio e o seu culto crescia. Assim ocorreu com o deus Ra de Heliópolis, o Ptah de Mênfis, o Hórus-Falcão do Delta, o Amon-Ra de Tebas, o Ibis-Tot de Hermópolis.
A religião influenciava profundamente a vida dos egípcios. Consideravam que os menores detalhes de seu quotidiano e tudo que os cercava das cheias previsíveis do Nilo à morte acidental de um animal dependia inteiramente da disposição dos deuses.



Principais crenças

Entre as principais crenças religiosas egípcias, sobressaiu-se a do deus Sol, que foi durante vinte séculos o culto oficial da monarquia faraônica. Ao lado dele, os mitos mais importantes foram os de Osíris, Ísis e Hórus, favoritos da devoção popular. Os cultos do Sol e das demais divindades estavam vinculados à importância da agricultura e das cheias do Nilo, das quais dependia a vida das aldeias.
O culto solar, elaborado em Heliópolis ( Cidade do Sol ), reconhecia o Sol -denominado Ra -como divindade suprema e criadora do Universo. Era chamado também de Kopri (sol da manhã), e de Atum (sol da tarde). Esse culto fundiu-se com o de Amon de Tebas, daí Amon-Ra.



ESCRITA, LITERATURA, CIÊNCIAS E ARQUITETURA

A escrita hieroglífica, inventada em fins do período pré-dinástico e aperfeiçoada sob as primeiras dinastias, foi utilizada até o fim da Antiguidade. Consistia numa combinação de ideogramas (sinais que representam idéias) e fonogramas (sinais que representam sons). Deu origem a duas outras escritas mais simplificadas e mais próprias a serem grafadas no papiro: o hierático e o demótico. A escrita hierogrífica foi decifrada pelo francês Champollion, em 1822.
Os textos egípcios que se conservaram são predominantes religiosos e funerários - textos das pirâmides, textos dos sarcófagos, Livro dos Mortos (coletânea de ensinamentos de como proceder na vida de além-túmulo e durante o julgamento de Osíris), hinos a diversas divindades, inscrições que se referem aos mitos e rituais divinos, além de romances, poesias líricas, sátiras, tratados técnicos, etc.
A ciência egípcia consistia em conhecimentos práticos diversos como receitas de medicamentos, fórmulas geométricas e trigonométricas para a agrimensura ou para a construção. A numeração era decimal, mas não usavam o zero; conheciam a soma e a subtração. O calendário, ao mesmo tempo solar e lunar, estabeleceu-se cedo, através da observação da coincidência eventual do aparecimento conjunto do sol e da estrela Sírius. Os médicos egípcios eram famosos na Antiguidade e a prática da mumificação levou a uma acumulação de conhecimentos sobre anatomia. Não obstante, a medicina, a astronomia e os outros ramos da ciência estavam profundamente penetrados de magia e de religião.
A arte egípcia preocupou-se em expressar a riqueza e o poder dos governantes, destacando-se a arquitetura monumental, a decoração de templos e túmulos com relevos, pinturas e estátuas, a confecção de vasos de pedra e a ourivesaria.
A arquitetura era sólida, de proporções colossais, tentando expressar toda a força e poder da monarquia. Os exemplos mais conhecidos são as pirâmides (características do Antigo Império), destacando-se as dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos; a Esfíngie, gigantesca estátua com corpo de leão e cabeça humana, cuja construção é atribuída a Quéfren; os templos de Luxor e de Carnac, erguidos no Novo Império. Além das pirâmides, a arquitetura funerária criou outros tipos de túmulos: as mastabas, de forma trapezoidal e os hipogeus, tumbas subterrâneas cavadas nas montanhas.

Fonte:
http://www.miniweb.com.br/Historia/artigos/i_antiga/religiao_egito.html

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